Não exija que meus escritos gire em torno de uma idéia inteligente pronta a narrar a realidade dos fatos. Não há narrativa de fatos, mas imagens distorcidas destes.
Os fatos, se um dia houve em minha retina, diluem-se em imagens que minha fantasia se diverte em construir. Imagens essas que não tem o seu valor por si mesma, mas por guardar em seu bojo um simbolo a ser desvendado. E é, ao fim e ao cabo, esses símbolos ocultos que verdadeiramente importam. Não porque são dignos de serem buscados, mas porque simplismente me levam...
Por isso, não me envergonho de dizer que meus escritos ao invés de serem narrativas de fatos, nada mais são que mera colagem de "palavras-com-palavras como faria qualquer criança com seu quebra-cabeça.
A diferença é que a criança já sabe previamente qual a imagem vai obter ao juntar as peças, ao passo que eu ao escrever, se sei dos frangalhos que componhem uma certo jogo de palavras, não sei no que a tecitura desses frangalhos no seu todo significativo vai representar. A semelhança?
Bem, a semelhança é que tanto as crianças quanto eu montamos e desmontamos as peças daquilo que poderíamos chamar de realidade; e que nesse exercício, descobrimo-nos a nós mesmos como algo a ser montado e desmontado também. E assim, esquecemos das coisas já prontas.
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